guia prático de saúde do viajante

Regresso da consulta do viajante (e não do turista, note-se) com um saco tipo supermercado mas da farmácia. Medicamentos para diversas afecções gástricas, virais e bacterianas, profiláticos para a malária, e primeira dose de vacinas para várias estirpes de hepatite. Não devo voltar ao mesmo sítio para a segunda dose. Penso que a enfermeira secretamente me castigou pelo meu baixo índíce de gordura corporal... doeu...
A juntar a este saco faltam os habituais analgésicos, anti-piréticos e anti-inflamatórios. E anti-histamínicos. Pensos rápidos, ligaduras, soro fisiológico, desinfectantes para feridas, para a água. Repelentes de insectos.
Não beber, ou lavar os dentes com água sem ser engarrafada ou fervida, evitar os cubos de gelo. Evitar comer alimentos conservados à tamperatura ambiente, mal cozinhados, gelados, leite não pasteurizado ou não fervido. Evitar o contacto com animais que possam estar infectados com raiva (!) Vestir roupa que cubra totalmente as pernas e braços, e usar chapéu e óculos de sol.
Estas medidas devem prever quase todas as possibilidades de adoecer na viagem excepto a brucelose e a peste bubónica (que medieval!). Tendo em conta a dieta tradicional da Mongólia que no Verão é essencialmente constituída por lacticínios e pode incluir marmota (ou rato gigante, que pretendo nem sequer ver) acho que vou comer a erva dos cavalos.
Mas nem tudo é negro como a peste, hoje temos os antibióticos!

pelos guichets das embaixadas

Acaba aqui a poesia.
Há três vistos para tratar e cada um com papelada específica e nem sempre fácil de obter quando não se viaja em pacote. Seguro de viagem, específico, de companhias de seguros específicas e condições muito específicas. Vouchers, cenas em russo com uns números muito importantes e indispensáveis mas que pela quantia certa podes obter na net, no momento. Comprovativos de viagem, mas que afinal podem ser só reservas que não tens intenção nenhuma de pagar. Certidão da entidade patronal. E mais comprovativos de viagens. Fotografias e não se tentem a imprimi-las em casa. Essas não sevem. Formulários, em russo (juro que parece!), francês e chinês/inglês. Um cheque internacional e um envio por correio expresso para Paris. Ainda faltam dois meses mas o tempo é pouco para tanta formalidade.
Rios de dinheiro e ainda não acabou.